Conto Terapêutico: A Mulher que Morava Dentro de um Tambor
Dizem que, muito antes de aprender a falar baixo, ela gritava com a alma. Mas o mundo não suportava. Aos poucos, ela foi encolhendo. Cortaram suas asas com promessas de amor, empurraram regras goela abaixo e disseram que obediência era virtude.
Então ela se escondeu. Dentro de um tambor velho, daqueles usados pra abafar som. Lá dentro, ninguém gritava. Lá dentro, era só ela, o eco das exigências e um medo abafado que chamava de rotina.
O Dia em Que o Tambor Rachou
Até que um dia... o tambor rachou. Não por fora — mas por dentro. Um som antigo, ancestral, começou a vibrar nas paredes da sua alma. Era a sua própria voz, esquecida, chamando por ela.
Ela não saiu do tambor de repente. Primeiro, parou de responder aos ruídos. Depois, colocou algodão no ouvido e deitou na terra. Sentiu que o mundo ainda era barulhento, mas ela podia ser silêncio. E foi nesse silêncio que ela se escutou pela primeira vez.
Reflexão Terapêutica
Quantas vezes você se escondeu em um tambor só seu? Quantas vezes abafou sua própria voz para não incomodar? Quantas vezes confundiu medo com rotina?
Esse conto não é só sobre silêncio. É sobre o reencontro com a própria alma. Sobre a coragem de parar de responder ao mundo para, enfim, responder a si.
Convite à Escrita
Pegue papel e caneta e escreva:
- Qual é o seu tambor?
- O que você escondeu aí dentro?
- Qual som ancestral sua alma quer te lembrar?
- O que precisa rachar por dentro para que você volte a se escutar?
Moral simbólica: O mundo grita, mas a alma sussurra. Silenciar o mundo é reencontrar o caminho de casa.
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