Autoabandono no Cotidiano: Quantas Vezes Você se Deixou por Último?

 

Quantas Vezes Você se Deixou por Último?

Mulher cansada em cozinha à noite representando autoabandono no cotidiano.

Você já percebeu como o autoabandono não chega gritando? Ele se infiltra no silêncio das pequenas escolhas do cotidiano. É quando você segura a vontade de descansar para dobrar mais uma pilha de roupas. Quando engole a fome para terminar a tarefa de alguém. Quando sua vida inteira se organiza em função do outro — e você fica para depois.

O autoabandono escondido nos detalhes

Não é preciso uma grande renúncia para se perder de si. O abandono começa no café que você não toma com calma, no banho apressado, na leitura adiada, no sono cortado. É como se cada "depois eu cuido de mim" fosse um tijolo levantado entre você e a sua própria vida. No fim, o muro cresce — e você mal se reconhece atrás dele.

Quando cuidar vira sinônimo de esquecer-se

Você cuida de todos, mas quem cuida de você? O peso da rotina feminina — trabalho, casa, filhos, família — ensina que o valor está em servir. E, nesse contrato silencioso, você assina sua própria ausência. Quanto mais eficiente para o mundo, mais distante de si mesma. Esse é o paradoxo cruel do autoabandono feminino.

Pequenas rupturas que começam agora

Romper com o autoabandono não significa abandonar os outros, mas escolher não se abandonar. É recusar a narrativa de que só existe valor em se doar até a última gota. É criar micro-revoluções no cotidiano: cinco minutos de silêncio, um café sem pressa, uma respiração consciente antes de dormir. São gestos pequenos, mas que dizem em voz alta: "eu existo e não vou me deixar por último".

Exercício de Escrita: Onde você se deixou para depois?

Pegue um caderno e escreva uma lista de momentos da última semana em que você se colocou em último lugar. Não filtre, não justifique. Apenas escreva. Depois, releia cada item e responda: o que eu teria feito se fosse comigo mesma que eu estivesse cuidando? Esse exercício não é para culpar, mas para enxergar. Só o que se nomeia pode ser transformado.

👉 Não espere o mundo lhe dar permissão. Reclame o direito de existir inteira — mesmo que seja em pequenos pedaços de tempo.

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