O Que descobri sendo Mulher... Capítulo 2: Quando Me Ensinaram a Caber, e Eu Aprendi a Me Encolher
A infância deveria ser liberdade. Mas para muitas de nós, foi o início do treinamento.
Nos ensinaram a dizer “sim” com um sorriso, mesmo quando tudo em nós queria dizer “não”. Nos vestiram com delicadeza enquanto arrancavam nossa espontaneidade pelas beiradas.
Ser educada. Ser comportada. Ser boazinha.
Palavras que vinham como elogio, mas carregavam castrações disfarçadas.
Porque o que chamavam de “boa menina” era só o rascunho da mulher domesticada que esperavam que a gente virasse.
🌪️ A Dobradura Que Chamaram de Educação
Fomos treinadas para sentar com as pernas fechadas e a voz baixa. Para sorrir ao receber um elogio invasivo. Para aceitar abraços desconfortáveis. Para agradecer antes de sentir gratidão.
Fomos ensinadas que questionar era feio. Que negar era perigoso. Que calar era educado.
Aprendemos que a aprovação era o prêmio de quem obedecia, e o rótulo de “difícil” era o castigo de quem ousava ser livre.
Então a gente cabia. Dobradinha. Abaixava a voz, a cabeça, os sonhos.
Mas o pior foi isso: aprendemos a amar quem nos ensinou a nos encolher.
Achamos que era proteção. Achamos que era amor.
Mas amor que poda não é amor. É controle com flor na embalagem.
🧬 O Ciclo Invisível: Quando Repetimos o Que Nos Fizeram
O mais cruel? A gente cresceu e continuou o treino.
Repetimos com nossas filhas, sobrinhas e com a menina dentro de nós. Porque nos ensinaram que ser mulher é caber.
A cada “senta direito”, A cada “não responde assim”, A cada “você é muito brava”... A gente dobra mais uma vez o que deveria ser inteiro.
Mas hoje, eu me ergo. Eu desdobro. Eu desaprendo.
Eu escolho reocupar o espaço que um dia disseram que não era meu.
🔥 Reflexão Final
Quantas partes de você foram dobradas em nome da boa educação?
Quantos “nãos” você engoliu só pra não decepcionar?
Quantas vezes você se encolheu tanto que até esqueceu o teu tamanho original?
Chega.
Não dá mais pra chamar de educação o que foi mutilação emocional.
É hora de reabrir o espaço. Reivindicar o volume da tua presença. Parar de pedir desculpas por ser inteira.
Porque mulher nenhuma nasceu pra caber. E o mundo não precisa de bonecas educadas.
Precisa de mulheres inteiras. Mesmo que isso assuste.
Mesmo que isso incomode.
🌱 Leitura complementar
👉 Leia também o Capítulo 1: Quando me disseram o que eu devia ser
👉 Escreva sua própria carta de reconexão: Carta Para o Eu do Passado
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Já sentiu que foi dobrada em nome da boa aparência?
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