Escreva Antes que Exploda: Um Exercício para Libertar a Raiva Silenciosa
A raiva é uma emoção que raramente ganha espaço. Normalmente, ela é empurrada para os cantos escuros da mente, trancada atrás de sorrisos educados e frases ensaiadas como “tá tudo bem”. Mas não está. A raiva acumulada não some — ela se transforma em tensão no corpo, em pensamentos ácidos, em peso no peito. E quanto mais você finge que não existe, mais ela pede para ser ouvida.
Hoje, você não vai fugir dela. Vai pegar papel e caneta e dar uma chance para que essa raiva silenciosa fale. Sem censura, sem medo do que vai sair. Porque só assim você chega na clareza.
Por que escrever a raiva em vez de engolir?
Engolir a raiva pode parecer maturidade, mas na prática é apenas autoaniquilação emocional. A raiva é energia em movimento. Guardá-la faz com que ela se volte contra você: gastrite, insônia, explosões desproporcionais em momentos errados. Escrever é uma forma de canalizar essa energia para fora — segura, íntima e transformadora.
A escrita terapêutica não precisa ser bonita. Ela precisa ser verdadeira. O papel não vai julgar, não vai responder, não vai tentar te consertar. Ele vai apenas suportar o peso que você não consegue mais carregar sozinha.
O exercício: escrevendo a raiva reprimida
Pegue um caderno (ou qualquer folha solta, mas de preferência algo que possa ser rasgado ou guardado com cuidado depois). Reserve pelo menos 15 minutos. Sente-se em um lugar onde você não será interrompida. E siga este guia:
- Comece sem filtro: escreva tudo o que vier. Palavras feias, pensamentos impensáveis, frases que você nunca diria em voz alta. O papel é testemunha, não juiz.
- Dê voz à sua raiva: escreva como se fosse ela falando. “Estou cansada de…”, “Não aguento mais…”, “Eu queria gritar que…”.
- Permita exagero: não tente ser racional. A raiva não é lógica — ela é bruta, intensa, desorganizada. Deixe-a ser.
- Escreva até sentir mudança: pode ser um suspiro, um alívio físico, uma clareza mental. É o sinal de que a energia foi descarregada.
Quando terminar, você decide o destino do que escreveu: rasgar, queimar com cuidado, guardar como registro ou simplesmente fechar o caderno. O importante já aconteceu: a raiva saiu de dentro de você.
O que acontece depois da escrita?
Ao liberar a raiva, muitas mulheres relatam clareza. Como se, depois de limpar a sujeira acumulada, finalmente conseguissem ver o que está por trás: a tristeza, a frustração, a sensação de abandono, ou até mesmo o desejo genuíno de mudança. A raiva não é o fim. Ela é o caminho para acessar o que realmente precisa ser curado.
É nesse ponto que você percebe que a raiva não era um monstro — era apenas um grito pedindo escuta.
Um convite final
Se hoje você se permitiu escrever a raiva, lembre-se: esse exercício pode ser repetido sempre que a pressão interna ameaçar explodir. Quanto mais você cria espaço para sua raiva existir, mais clareza você conquista para viver com leveza.
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